sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Segurança de Jackson diz que médico mandou esconder remédios

No terceiro dia do julgamento, Alberto Alvarez falou que só depois disso recebeu ordem de ligar para o 911
O segurança Alberto Alvarez foi a primeira testemunha a depor, nesta quinta-feira, 29, terceiro dia do julgamento de Conrad Murray. O médico é acusado de homicídio culposo - quando não há intenção de matar - pela morte de Michael Jackson. Alvarez foi quem ligou para o 911 (número da emergência nos Estados Unidos) na manhã de 25 de junho de 2009.

Segundo Alvarez, Murray pediu a ele que guardasse medicamentos em uma sacola antes de fazer a ligação para o serviço de emergência. Um dos itens era uma bolsa de soro com um frasco de um líquido leitoso pendurado na parte de cima. O promotor lhe mostrou uma foto de soro e do anéstico propofol e ele confirmou que aparentava ser o mesmo. O segurança disse que não questionou a ordem e acreditou estar levando tudo para o hospital.
O advogado de defesa Ed Chernoff tentou fazer Alvarez admitir que pudesse estar confuso quanto ao pedido de Murray para recolher remédios antes de ligar para o socorro, mas ele manteve sua versão. Foi montada até uma lista detalhando tudo o que aconteceu antes de o segurança ligar para o 911.

Alvarez também revelou que recebeu, pelo menos, nove propostas para dar entrevistas e receber por elas. Segundo ele, uma das ofertas seria de 500 mil dólares. O segurança disse ter recusado todas. Questionado pela promotoria se a tragédia da morte do patrão teria lhe trazido algo de bom, ele respondeu firmemente que não e ainda acrescentou que era bem pago e que hoje enfrenta dificuldades financeiras.

A promotoria reproduziu o áudio da ligação feita pelo segurança para o atendimento de emergência pedindo socorro para Jackson. Alvarez ficou visivelmente emocionado. "É difícil ouvir isso", questionou o promotor. "Sim", respondeu Alvarez.
O dia da morte 
O segurança relatou que, na véspera de sua morte, Michael estava "muito feliz" e de muito bom humor. No momento da morte do artista, Alvarez estava em um trailler destinado aos seguranças quando, por volta das 12h18, recebeu uma ligação do secretário particular de Michael pedindo para ir correndo para a casa sem chamar muita atenção.

Quando chegou ao segundo andar da mansão, onde ficava o quarto de MJ, viu o médico indo em direção ao quarto do cantor. Pelo seu relato, quando entrou no quarto de Michael, o médico estava fazendo massagem no peito do cantor. Em seguida, Conrad disse que Michael deveria ser levado ao hospital.

O segurança contou que, a pedido de Conrad, deixou o quarto por um instante para afastar Paris e Prince, que choravam. Paris gritava "Papai", segundo Alvarez. Na volta, ele questionou o médico sobre o que estava acontecendo e ele teria dito que foi uma "reação adversa". O segurança percebeu que Michael usava uma sonda urinária nesse momento, mas relatou não se lembrar se havia oxigênio no quarto.
Segunda testemunha
Após o depoimento de Alberto Alvarez, foi a vez da personal chef Kai Chase dar seu testemunho. A profissional era a responsável por preparar as refeições de Michael e os três filhos, seis dias por semana. Durante a fala de Kai, que também estava na mansão na manhã em que Jackson morreu, uma imagem de Paris, Prince e Blanket foi mostrada em uma projeção.

Segundo Kai, perto do horário do almoço, Murray teria aparecido muito nervoso, próximo à cozinha, onde ela estava, e gritando mandou que ela chamasse Prince e os seguranças. "Ele parecia muito nervoso", falou a chef. Questionada se ele teria pedido que ela ligasse para a emergência, ela negou.

Ainda de acordo com a chef, as empregadas da casa se reuniram na área de serviço e começaram a chorar, sem saber exatamente o que acontecia no segundo andar da casa. Prince, Paris e Blanket se juntaram às funcionárias da mansão. Kai contou que as crianças choravam e gritavam.

Nesta sexta-feira, 30, o julgamento será retomado.


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