Sentados nas cadeiras da cozinha do estúdio comprado recentemente por Hudson em Limeira, no interior de São Paulo, Edson e o irmão mexem em uma pasta repleta de arquivos antigos, com fotos de infância, letras manuscritas e cartazes da dupla Pep e Pupi, nomes utilizados pelos cantores quando crianças. As fotos geram conversas nostálgicas entre os irmãos, que parecem relembrar o passado sem nenhum trauma ou constrangimento.
A relação entre eles parece ter voltado ao normal. Após quase dois anos separados por uma série de brigas e desentendimentos, Edson e Hudson resolveram voltar aos palcos. Logo de cara, já anunciaram três projetos: um CD, que sai até o início de novembro; um DVD, com gravação planejada para novembro; e a segunda edição do DVD "Na Moda do Brasil", projeto com grandes sucessos da música sertaneja, que tem a gravação planejada para o início de 2012. O show que marca a volta dos irmãos acontece no próximo sábado (22), no Credicard Hall, em São Paulo.
No dia 29 de agosto, a dupla anunciou seu retorno. Junto ao anúncio, surgiram os boatos de que a retomada da carreira havia sido por conta de dificuldades financeiras que os irmãos estariam passando, teoria refutada por Hudson. "Quem fala isso não faz a mínima ideia do que está falando. A gente fez sucesso por quase uma década, ganhamos muito dinheiro, temos nosso patrimônio, nossas casas e várias outras coisas. As pessoas querem achar um motivo, mas não há um motivo".
A decisão de retomarem a dupla não foi discutida em reuniões, tampouco planejada. "Cheguei um dia na casa do meu pai, o Edson estava lá, e meu pai estava no sofá vendo TV, com uma cara horrível. Ele virou pra mim e falou 'volta com seu irmão'. Ali mesmo eu já combinei de ir na casa do Edson. Não deixamos de nos falar. Ficamos um pouco afastados, mas aos poucos voltamos a conversar. A gente sempre sentiu que a dupla voltaria um dia. A gente é irmão, cara, irmão briga. Nós cantamos 23 anos antes de fazer sucesso, não é fácil conviver tanto tempo com uma pessoa e achar que não vai dar problema", diz o segunda voz.
Hudson, que nos últimos dois anos fez algumas apresentações com a banda Rollemax e gravou um projeto ao lado do cantor Donizeti, que nunca foi lançado, também se incomoda quando ouve dizer que a separação da dupla foi apenas jogada de marketing. "É mais outra besteira. Desde quando separar é jogada de marketing? Pra ser muito sincero, esse tempo foi ótimo. Você imagina que a gente nunca parou? Desde criança cantando em circo, acompanhando nosso pai, e até dois anos atrás a gente nunca tinha parado? Esses quase dois anos serviram pra nós dois vermos quem é quem, quais são os nossos amigos, quem era só interesseiro, e a gente acabou vendo que sobrou pouca gente".
O álcool e a convivência "insuportável"
Já não há mais receio de falar sobre alcoolismo. Tanto a dupla quanto o empresário Wagner Mendes, que ao lado do sócio Luiz Montoya segue cuidando da carreira dos irmãos, concordam que a separação era inevitável. O álcool, principalmente por parte de Edson, deixou a convivência "insuportável", de acordo com a própria dupla. "O Edson é um cara fantástico, trato ele como irmão, mas é uma pessoa que se transformava quando bebia. Ficava sem limites, sem ter como conviver com ele", diz Mendes, que continuou cuidando da carreira de Edson quando o cantor passou a se apresentar sozinho.
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