O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou há pouco o Hospital Sírio-Libanês, onde neste sábado recebeu o diagnóstico de um câncer na laringe. Seguido por batedores da Polícia Militar, Lula foi de carro para o apartamento onde mora, em São Bernardo do Campo. Depois de quase doze horas hospitalizado, o ex-presidente evitou conversar com os jornalistas.
Lula deve voltar ao hospital na noite deste domingo, já que começa a primeira sessão de quimioterapia na manhã de segunda-feira.
Durante a tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega visitou Lula e disse que ele usava uma máscara de oxigênio, e que o ex-presidente falava baixinho. Ao amigo, Lula teria brincando com a possibilidade de perder cabelos, por conta das sessões de quimioterapia.
O tumor detectado em Lula teria entre dois e três centímetros, mas a equipe médica descarta metástase. A avaliação é a de que o ex-presidente tem grandes chances de cura. Inicialmente, serão feitas três sessões de quimioterapia, comboinada com radioterapia, com intervalo de 20 dias entre cada uma.
Chances de curaO médico José Guilherme Vartanian, do Hospital AC Camargo, especialista em pescoço e cabeça, disse que o tipo de câncer diagnosticado no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 80% de chances de cura se descoberto no seu estágio inicial e 60% no estágio intermediário. Ele não soube dizer em que estágio se encontra a doença de Lula, porque não faz parte da equipe médica responsável pelos exames e tratamento do ex-presidente.
Tal tipo de câncer atinge principalmente homens acima de 40 anos e é provocado geralmente por exposição a bebidas alcoólicas e tabaco, bem como por fatores externos ambientais, como poluição, disse o especialista. O tratamento leva, em média, de seis a oito semanas e pode ser feito com cirurgia e ou quimioterapia. As aplicações são diárias, cinco vezes por semana, com folga no fim de semana para o paciente.
Normalmente, quem é acometido por este tipo de câncer começa a sentir dores na garganta, dificuldade para engolir e para falar. Uma das consequências do tratamento pode ser rouquidão.
Incômodo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vinha reclamando, há algum tempo, de um incômodo na garganta, mas até quinta-feira, quando comemorou seus 66 anos, ele ainda não sabia que estava com um tumor na laringe. O cardiologista Roberto Kalil, que participou da celebração, disse que o ex-presidente relatou uma rouquidão acima daquela que ele apresenta normalmente. Kalil é um dos coordenadores da equipe médica que atendeu Lula na manhã deste sábado no hospital Sírio-Libanês.
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a notícia sobre a doença do ex-presidente deixou todos do governo Dilma Rousseff "abatidos e preocupados". "Mas Lula tem uma energia e uma força muito grandes e estamos confiantes que ele conseguirá superar essa fase e tocar a vida", disse Carvalho, que foi chefe de gabinete do ex-presidente e é amigo de Lula há mais de 30 anos.
O médico Raul Cutait falou aos jornalistas no hospital que o câncer de Lula é não é agressivo, mas a quimioterapia será pesada.
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