sábado, 29 de outubro de 2011

Lula deixa hospital em SP após diagnóstico de câncer

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou há pouco o Hospital Sírio-Libanês, onde neste sábado recebeu o diagnóstico de um câncer na laringe. Seguido por batedores da Polícia Militar, Lula foi de carro para o apartamento onde mora, em São Bernardo do Campo. Depois de quase doze horas hospitalizado, o ex-presidente evitou conversar com os jornalistas.
Lula deve voltar ao hospital na noite deste domingo, já que começa a primeira sessão de quimioterapia na manhã de segunda-feira.
Durante a tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega visitou Lula e disse que ele usava uma máscara de oxigênio, e que o ex-presidente falava baixinho. Ao amigo, Lula teria brincando com a possibilidade de perder cabelos, por conta das sessões de quimioterapia.
O tumor detectado em Lula teria entre dois e três centímetros, mas a equipe médica descarta metástase. A avaliação é a de que o ex-presidente tem grandes chances de cura. Inicialmente, serão feitas três sessões de quimioterapia, comboinada com radioterapia, com intervalo de 20 dias entre cada uma.
Chances de cura
O médico José Guilherme Vartanian, do Hospital AC Camargo, especialista em pescoço e cabeça, disse que o tipo de câncer diagnosticado no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 80% de chances de cura se descoberto no seu estágio inicial e 60% no estágio intermediário. Ele não soube dizer em que estágio se encontra a doença de Lula, porque não faz parte da equipe médica responsável pelos exames e tratamento do ex-presidente.

Tal tipo de câncer atinge principalmente homens acima de 40 anos e é provocado geralmente por exposição a bebidas alcoólicas e tabaco, bem como por fatores externos ambientais, como poluição, disse o especialista. O tratamento leva, em média, de seis a oito semanas e pode ser feito com cirurgia e ou quimioterapia. As aplicações são diárias, cinco vezes por semana, com folga no fim de semana para o paciente.

Normalmente, quem é acometido por este tipo de câncer começa a sentir dores na garganta, dificuldade para engolir e para falar. Uma das consequências do tratamento pode ser rouquidão.

Incômodo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vinha reclamando, há algum tempo, de um incômodo na garganta, mas até quinta-feira, quando comemorou seus 66 anos, ele ainda não sabia que estava com um tumor na laringe. O cardiologista Roberto Kalil, que participou da celebração, disse que o ex-presidente relatou uma rouquidão acima daquela que ele apresenta normalmente. Kalil é um dos coordenadores da equipe médica que atendeu Lula na manhã deste sábado no hospital Sírio-Libanês.

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a notícia sobre a doença do ex-presidente deixou todos do governo Dilma Rousseff "abatidos e preocupados". "Mas Lula tem uma energia e uma força muito grandes e estamos confiantes que ele conseguirá superar essa fase e tocar a vida", disse Carvalho, que foi chefe de gabinete do ex-presidente e é amigo de Lula há mais de 30 anos.
O médico Raul Cutait falou aos jornalistas no hospital que o câncer de Lula é não é agressivo, mas a quimioterapia será pesada.

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