quinta-feira, 10 de maio de 2012

Deputado federal diz que tapa no rosto em Felipe Andreoli foi em legítima defesa

Após dar um "tapa na cara" de Felipe Andreoli, repórter do "CQC", da Band, o deputado federal Márcio Reinaldo Moreira (PP- MG), afirmou que "programas humorísticos misturam, perigosamente, humor e realidade", em nota enviada à imprensa na última quarta-feira (9). Moreira também assumiu a agressão e disse que apenas se defendeu, já que Andreoli ofendeu sua honra. "Infelizmente minha reação foi instintiva."

Felipe Andreoli foi agredido, na noite da última terça-feira (8), durante uma entrevista em Brasília. Segundo a assessoria de imprensa do político, o jornalista questionou "se os parlamentares não recebem muito para não fazerem nada e ficarem na cama dormindo o dia inteiro".

O funcionário da Band registrou um boletim de ocorrência sobre o caso e divulgou o documento nas redes sociais. "Hoje, na Câmara dos Deputados, graças ao nobre deputado Márcio Reinaldo Moreira, descobri o significado de 'um tapa na cara da sociedade'..."

Leia abaixo a íntegra do texto do deputado:


Liberdade, sim, mas com respeito.

Os recentes programas humorísticos lançados pelas redes de TV misturam, perigosamente, humor e realidade. Confundem as cabeças das pessoas e colocam em cheque o autêntico jornalismo brasileiro.
A confusão se estabeleceu. Humor e jornalismo? O deboche ou a análise séria dos fatos?
Essa mistura é perigosa. A fórmula para se atingir o humor em um ambiente sério é extremamente delicada e se rompe facilmente, na medida em que o humorista precisa provocar, instigar, ofender e até rebaixar pessoas, para que os telespectadores possam se divertir.
Na noite de terça-feira (8) fui abordado pelo jornalista Felipe Andreolli e a equipe do "CQC" sobre a votação da PEC do Trabalho Escravo. Ciente de se tratar de uma equipe do programa humorístico sinalizei em negativa a entrevista. Contudo, face à insistência respondi ao questionamento. Ocorre que, como é de praxe do programa, o jornalista do "CQC" de forma provocativa e desrespeitosa se manifestou ofendendo minha honra, dignidade e toda a instituição do Parlamento. Infelizmente, minha reação foi instintiva.
Defendo a liberdade de imprensa. Seu trabalho livre e responsável, mesmo quando criticado. Lamentavelmente, a reação impulsiva, incompatível com minha personalidade, não justifica as agressões verbais sofridas.
Existe aquela máxima que diz que uma liberdade termina exatamente aonde começa a do outro. É aí que o programa humorístico extrapola as suas prerrogativas. É preciso respeitar o caráter, os princípios e a honra das pessoas e, até mesmo para questioná-las, é necessário saber fazê-lo.
Apesar do ocorrido, reitero meu compromisso com a liberdade de imprensa, que é imprescindível para o fortalecimento da democracia.

Acredito na imprensa livre, ativa, crítica, combativa, mas séria e responsável.
Da mesma forma e com o mesmo empenho, defendo que todos os cidadãos brasileiros precisam ter garantidos o respeito ao seu caráter e à sua honra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário