Depois de ser informada da morte violenta da irmã, ocorrida algumas horas antes, Ângela Bismarchi soube que tinha duas opções: ir ao enterro ou continuar internada na “Fazenda”. Em outras palavras, enfrentar a realidade ou permanecer no show.
A Record tratou o assunto como se fosse uma dessas provas semanais que valem o posto de fazendeiro. Sabendo que os candidatos topam qualquer negócio, qualquer humilhação, pela chance de faturar R$ 2 milhões, obrigou Ângela a decidir: enterro ou “Fazenda”.
Cruel? Sim. Extremamente cruel, mas dentro da lógica do jogo.
Ao decidir ficar, Ângela criou uma confusão que é o sonho de qualquer diretor de reality show. Sua história introduziu um drama chocante, da vida real, num ambiente normalmente artificial.
O espectador que, corretamente, coloca em dúvida a franqueza e sinceridade de todos os candidatos, o que pensará, agora, de Ângela? Acho que ela não precisa mais dizer, como fazem todos, que está sendo ela mesma no programa. Não precisa mais tentar convencer o público de que não é um personagem fingindo viver algum papel. Acredito que Ângela tenha superado este estágio com a decisão de ficar. Não será mais julgada pela tradicional métrica que orienta o público: “fingida” ou “autêntica”? A partir de agora, ela será avaliada, inclusive pelos colegas de confinamento, por conta de sua decisão. Corajosa ou gananciosa? Insensível ou pragmática? Genial ou louca?
Não há nada de generoso no gesto da Record de oferecer a Ângela a opção de ir ao enterro da irmã ou ficar na “Fazenda”. Foi algo pensado de olho na chance de potencializar a audiência do programa, que não anda muito bem das pernas.
Mas, ao explorar o drama de Ângela em mais de um episódio, a emissora fez uma aposta de risco. Uma mulher até então conhecida pela fantasia de transformar o próprio corpo por meio de dezenas de cirurgias plásticas tomou um banho de realidade. Como se tivesse o poder de transformar um holograma numa imagem de carne e osso, “A Fazenda” fez de Ângela, de uma hora para outra, uma candidata fascinante.
A Record tratou o assunto como se fosse uma dessas provas semanais que valem o posto de fazendeiro. Sabendo que os candidatos topam qualquer negócio, qualquer humilhação, pela chance de faturar R$ 2 milhões, obrigou Ângela a decidir: enterro ou “Fazenda”.
Cruel? Sim. Extremamente cruel, mas dentro da lógica do jogo.
Ao decidir ficar, Ângela criou uma confusão que é o sonho de qualquer diretor de reality show. Sua história introduziu um drama chocante, da vida real, num ambiente normalmente artificial.
O espectador que, corretamente, coloca em dúvida a franqueza e sinceridade de todos os candidatos, o que pensará, agora, de Ângela? Acho que ela não precisa mais dizer, como fazem todos, que está sendo ela mesma no programa. Não precisa mais tentar convencer o público de que não é um personagem fingindo viver algum papel. Acredito que Ângela tenha superado este estágio com a decisão de ficar. Não será mais julgada pela tradicional métrica que orienta o público: “fingida” ou “autêntica”? A partir de agora, ela será avaliada, inclusive pelos colegas de confinamento, por conta de sua decisão. Corajosa ou gananciosa? Insensível ou pragmática? Genial ou louca?
Não há nada de generoso no gesto da Record de oferecer a Ângela a opção de ir ao enterro da irmã ou ficar na “Fazenda”. Foi algo pensado de olho na chance de potencializar a audiência do programa, que não anda muito bem das pernas.
Mas, ao explorar o drama de Ângela em mais de um episódio, a emissora fez uma aposta de risco. Uma mulher até então conhecida pela fantasia de transformar o próprio corpo por meio de dezenas de cirurgias plásticas tomou um banho de realidade. Como se tivesse o poder de transformar um holograma numa imagem de carne e osso, “A Fazenda” fez de Ângela, de uma hora para outra, uma candidata fascinante.
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