terça-feira, 1 de abril de 2014

Coca Cola e café podem mexer com sua cabeça, Segundo livro de jornalista americano

Há uma lenda que diz que tudo começou quando um pastor do norte da África viu suas cabras comerem umas frutinhas selvagens e começarem a saltitar com uma energia fora do comum. Outra história diz que umas folhinhas caíram de um arbusto dentro da caneca de água quente do imperador chinês. Seja como for, tendo a cafeína entrado na vida dos homens através do café ou da folha de chá, o que aconteceu em seguida foi pura alegria.

Quer dizer, alegria para todo mundo, menos para as pobres almas encarregadas de nos salvar das drogas, já que não existe desafio maior que regulamentar a cafeína, essa molécula de prazer elegante usada com cada vez mais exagero, que é a melhor amiga do homem e, de tempos em tempos, sua assassina. Conforme Murray Carpenter deixa claro em seu estudo metódico, os pesos e medidas de nossa sociedade não dão conta das nuances dessa substância, seja entre atletas, adolescentes, sujeitos em experimentos científicos ou o dependente nosso de cada dia.

A cafeína pura é um pó branco e amargo. Quando entra no corpo, ela bloqueia os efeitos da adenosina, uma pausa fundamental para muitos processos fisiológicos. Com cafeína o bastante no sistema, os órgãos do nosso corpo passam a ser um pouco mais de si mesmos: o cérebro fica um pouco mais cerebral; os músculos, mais elásticos; as veias ficam um pouquinho mais apertadas e a digestão, mais eficiente. Com cafeína demais, tudo pode se acelerar ao ponto de levar a uma parada cardíaca.

É preciso ingerir cerca de 30 miligramas de cafeína (menos de uma xícara de café ou uma lata de Coca-Cola) para que os efeitos estimulantes possam ser notados. Cem miligramas por dia é o bastante para viciar a maioria das pessoas: elas se sentem terrivelmente infelizes sem sua dose diária, e os órgãos todos começam a reclamar em protesto por alguns dias. É preciso consumir mais de 10 gramas para que a cafeína seja fatal – uma dose impossível de atingir apenas com as bebidas tradicionais. Contudo, os novos energéticos ricos em cafeína levam os festeiros a chegar muito facilmente à zona de perigo, entre o suficiente e o excessivo.

Jornalista freelancer que costumava escrever para o "The New York Times", Carpenter, em seu livro "Caffeinated How Our Daily Habit Helps, Hurts and Hooks Us (Cafeínado, como nossos hábitos diários nos ajudam, prejudicam e viciam" em tradução livre) passeia pelo mundo todo em busca dos locais mais importantes para a história da cafeína: o local de nascimento do chocolate na região de Soconusco, na costa do México no Pacífico; uma loja de chás em Pequim; uma plantação de cafés na Colômbia (onde o grão local não tem nada de especial, já que os melhores são exportados). Então, ele passa por alguns dos novos lugares importantes para o setor, incluindo a sede da Green Mountain, em Vermont, uma das pioneiras no desenvolvimento das doses individuais, cujas porções frescas de 200 mililitros substituíram o líquido terrível que ficava nas cafeteiras do escritório.

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