Ajuda muito que o disco mais recente, "All You Need Is Now!" (2010), tenha boas faixas, contempladas no show em Paulínia.
Toda a banda estava com figurinos brilhantes. O vocalista Simon Le Bon, simpático sem afetação, desceu à plateia e escolheu um fã para cantar com ele a abertura de "Reflex".
O público diante do palco Energia era bem menor do que o ontem no show do Black Eyed Peas. Culpa da concorrência. O Hole da sempre barraqueira Courtney Love tocava ao mesmo tempo no New Stage.
Banda de uma época em que melodia e harmonia valiam muito no pop, o Duran Duran desfilou hits que fisgaram o público.
No começo do show, ela pediu a camiseta de um fã na plateia em que estava escrito: "Courtney, be my bitch" ("Courtney, seja minha put*"). Ao vesti-la, acabou mostrando os seios pela primeira vez. Em outro momento, decidiu abaixar o top que vestia. Ficou mais uma vez com os seios de fora.
Mas o exibicionismo não foi nem o começo das polêmicas. Irritada com uma pessoa no público que segurava uma foto de Kurt Cobain, ela gritou após cantar "Honey": "Abaixe isso ou eu vou aí bater em você. Eu sei sobre o que é essa música. Vá assistir Chris Cornell". Algumas canções mais tarde ela repetiu o pedido. "Pare de me mostrar isso. Tenho que viver com esse fantasma. Você não foi casado com ele, eu fui. Vá assistir o Foo Fighters", xingou, antes de deixar o palco.
Tentando retomar o show, o guitarrista foi ao microfone: "Vocês querem que a Courtney volte? Então gritem que os Foo Fighters são gays". Uma das "dançarinas" - amigas da garota que "trabalhou tirando fotos" para a vocalista na noite passada - pediu, em português, que chamassem por Courtney, e então a cantora voltou ao palco. E voltou também a provocar, claro. "Não é que você não possa gostar do Foo Fighters, só não goste deles na minha frente".
Anunciando que iria tocar uma música nova, mas que o público saberia cantar o refrão porque era "grudento", ela começou uma versão improvisada de "Bad Romance", de Lady Gaga. "Eu não planejei isso, fiquei com vontade de fazer. Que hilário! Como se ninguém tivesse feito um cover dessa música", ironizou. "Da próxima vez vamos tocar a versão do Metallica".
E esse não foi o único cover irônico do show. "The Fly", do U2, apareceu no repertório, depois que a cantora tinha prometido tocar músicas do disco "Achtung Baby", e "Sympathy For The Devil", dos Rolling Stones, também ganhou uma versão. "Pennyroyal Tea", do Nirvana, também poderia ter aparecido: Courtney queria tocá-la, mas a banda não sabia.
Mas não só de polêmicas e ironias foi o show do Hole: estavam lá os hits "Violet", "Malibu" e "Celebrity Skin", apesar de Courtney Love mal cantar nos refrões, e até a menos conhecida "Plump" entrou para o setlist.
Mesmo com problemas no som, Chris Cornell encanta com show acústico no SWU e promete vinda do Soundgarden
"Me desculpem pelo atraso. Como vocês estão? Um pouco molhados? Sempre chove quando eu toco ao ar livre", disse Chris Cornell antes de tocar "Peace, Love and Understanding", cover de Nick Lowe, numa escolha quase irônica.
Resgatando clássicos do Soundgarden como "Black Hole Sun" e "Fell On Black Days", o cantor disse que deve voltar ao país no ano que vem, mas com a banda, que voltou aos palcos em 2010.
Parte da turnê "Songbook", o show também tem músicas das outras bandas de Chris Cornell, Audioslave ("Like A Stone") e Temple Of The Dog ("Hunger Strike").
Uma boa surpresa são as versões voz e violão para clássicos como "Billie Jean" - que ele brinca que foi roubada dele por Quincy Jones.
O vocalista toca acompanhado apenas do guitarrista e baixista Alain Johannes, na apresentação que faz parte da turnê "Songbook". Chris Cornell disse que não faz questão de ver o show do Duran Duran, que acontece logo após o seu no Palco Energia. "Eu adoraria ver Peter Gabriel. Não gostaria muito de ver Duran Duran, nunca o vi. Mas sou muito fã de Peter Gabriel, é uma honra fazer um show no mesmo dia que ele. Gostaria de ver Faith no More também. Faz uns 15 anos que não os encontro e não os vejo tocando".
Chris Cornell faz o quarto show do palco principal do segundo dia do SWU. Além de Ultraje a Rigor, se apresentaram no festival neste domingo a banda de rock sulista dos Estados Unidos Tedeschi Trucks Band e o cantor e compositor paraibano Zé Ramalho.
Membros do Ultraje a Rigor e Peter Gabriel brigam nos bastidores do SWU
O desentendimento teria começado porque o atraso de duas horas no show do Ultraje - uma decisão da organização do evento - atrapalhou o line up e adiou as outras apresentações. Segundo relatos dos bastidores, roadies chegaram a trocar socos até que fossem apartados.
Ao cantar a música "Filha da Puta", o vocalista Roger Moreira fez um desabafo no final: "Espero que ele entenda um pouco de português", declarou, sem citar nomes. Inicialmente, foi dito que a briga ocorreu com membros da equipe do cantor Chris Cornell, ex-Soundgarden, que tocaria em seguida.
Após o show, Roger disse no Twitter que a confusão aconteceu por causa do cantor Peter Gabriel, que teria ficado irritado com o atraso dos shows: "Hey, @itspetergabriel! Good luck on your flight home! I thought you were an artist; when did you become an asshole? World activist my ass..." (Hey, Peter Gabriel, boa sorte no voo de volta para casa. Eu pensei que você fosse um artista; quando você se tornou um babaca? Ativismo mundial meu c...)
No tuíte seguinte, Roger explicou mais sobre a confusão: "A equipe de Peter Gabriel queria que tocássemos só meia hora. Mandamos à merda. Colocamos os caras no lugar deles (...) Aí pessoal, quem escamou foi o manager do Peter Gabriel. Estranho que veio encher nosso saco, embora tivesse o Cornell e o Duran Duran tb."
No tuíte seguinte, Roger explicou mais sobre a confusão: "A equipe de Peter Gabriel queria que tocássemos só meia hora. Mandamos à merda. Colocamos os caras no lugar deles (...) Aí pessoal, quem escamou foi o manager do Peter Gabriel. Estranho que veio encher nosso saco, embora tivesse o Cornell e o Duran Duran tb."
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